Há quatro anos, na Feira Internacional da Defesa e Segurança _ LAAD, foi confirmada a vinda da empresa alemã de blindados KMW para Santa Maria. Ontem, o diretor-geral (CEO) da empresa, Frank Haun, reafirmou as intenções de expandir o investimento na cidade.
_ Agora, nós temos 38 funcionários. No fim do ano, serão 75. No ano que vem, estou certo que seremos mais de 100 _afirmou Haun (confira a entrevista ao lado).
A sede da KMW em Santa Maria, às margens da BR-287, a três quilômetros da Ulbra ainda precisa de um alvará dos bombeiros, que permitirá que a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) emita a licença de operação. Após isso, os funcionários da empresa poderão trabalhar em sua sede, e não mais em escritórios no Centro ou dentro dos quartéis.
_ Pelo meio do ano, pretendemos fazer a inauguração, com poucos convidados, quase todos militares _ afirma Christian Böge, gerente da KMW do Brasil.
Anunciada em 2011, a previsão inicial era que em 2013 a empresa estivesse em sede própria. Porém, as licenças ambientais demoraram a sair e as obras só começaram há dois anos.
Embora a burocracia para o licenciamento da sede da oficina já tenha feito a diretoria da KMW repensar os planos, chegando a cogitar limitar o investimentos na cidade, agora, isso não é mais visto como um empecilho pela direção da empresa. A intenção não é só fazer a manutenção de blindados para o Exército, mas também fabricar produtos em Santa Maria.
O prefeito Cezar Schirmer (PMDB), que esteve reunido com Haun e Böge, na última terça-feira, na LAAD, afirma que a cidade vai se surpreender com os investimentos dos alemães, que têm mais de 170 anos de experiência na área de defesa:
_ Eles querem ter uma grande base em Santa Maria. Isso ficou claro. São planos de longo prazo e podem demorar, mas eles estão certos disso.
Confira, abaixo, a íntegra da entrevista com o CEO da KMW Frank Haun. Ele falou com a reportagem do "Diário", ainda na quarta-feira, antes de deixar o Riocentro e voltar para a Alemanha.
Diário de Santa Maria - Quatro anos atrás, nesta feira, a KMW anunciou o investimento em Santa Maria. Como o senhor analisa o empreendimento até agora?
Frank Haun - Demoramos um pouco para entender como funciona a administração do Brasil, já que nós ainda não estamos no nosso prédio. Nós vamos estar, talvez em maio, junho, espero que não em julho, estaremos em Santa Maria. Agora nós temos 38 funcionários. No fim do ano, serão 75. No ano que vem, estou certo que seremos mais de 100. Nós tomamos a decisão deste investimento para ser, primeiramente, um parceiro de serviços do Exército Brasileiro para o Leopard, para o sistema de defesa antiaérea Gepard e para os equipamentos de simulação. Nós já contratamos seis engenheiros de software trabalhando para produtos brasileiros, então as nossas metas são de longo prazo. Nós temos investido em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, em conhecimento para desenvolver novos produtos, para fabricar novos produtos e vendê-los para o Exército Brasileiro. Nós temos 170 anos de experiência, então sabemos exatamente o que estamos fazendo. Minha impressão é que nós demos o passo certo. Estou convencido que em um certo período, teremos uma base muito forte em Santa Maria.
Diário - O Exército Brasileiro está investindo em treinamento simulado? Em Santa Maria teremos um grande centro (o CAA-Sul). Simulação é um dos focos da KMW, que planos vocês têm nesse sentido?
Haun - Nós queremos ser parte disso. Com os produtos e o conhecimento que nós temos, estamos construindo centros de treinamento, hoje, no Qatar, dois grandes centros lá. Nós queremos estar lá (no CAA-Sul) também. Por isso, nós contratamos esses seis engenheiros. Esses caras estão trabalhando para fazer o software certo e desenvolver o produto certo p"